Salve, salve galera! Nesses últimos meses houveram várias
estreias no cinema e como eu estou numa pegada de postagens mais regulares eu
estou aqui de volta para mais uma coluna Veredito e dessa vez trazendo para vocês
o filme de animação Storks ou em português, Cegonhas, a história que não te contaram.
(Qual o problema com esses títulos?)
“Cegonhas entregam bebês... ou pelo menos costumavam. Agora
elas entregam encomendas para a gigante global da internet Cornerstore.com.
Júnior, um dos principais entregadores da companhia, está prestes a ser
promovido quando acidentalmente ativa a máquina que faz bebês, produzindo uma
adorável e totalmente não autorizada bebê. Desesperado para entregar esse
presentinho antes que o chefe descubra, Junior e sua amiga Tulipa, o único
humano na Montanha das Cegonhas, correm para fazer sua primeira entrega de bebês
em uma viagem selvagem e reveladora. Isso poderá fazer mais do que apenas
iniciar uma família, mas também restaurar a verdadeira missão das cegonhas no
mundo. ”
A Warner não é um estúdio famoso pelas suas animações. Não
mesmo! E assim que eu coloquei os olhos nesse filme eu pensei: “Os diretores
deveriam ser presos só de cogitarem fazer uma animação. ” E desde sua estreia
eu queria muito ver esse filme, tal qual uma pessoa que vê um acidente, mas não
consegue tirar os olhos, eu estava certo do desastre, mas queria estar lá no
cinema para testemunhar. E que gozado, esse já é o segundo filme de animação
não pertencente ao universo DC que é bom.
O filme já começa firme com seus protagonistas e consegue
esclarecer pontos abertos em sua trama de maneira rápida e eficaz, como toda
boa animação deve fazer, nada de didática exagerada para quem ainda come meleca
de nariz, mas o melhor de cegonhas está no fato de conseguir acertar o tom para
todos os públicos, sim isso mesmo que você leu. TODOS os públicos. Chocados?
Imagine eu. Cegonhas possui um humor refinado, quase como o meu, é discreto, você
ri sem nem ao menos perceber que está rindo e tudo acontece por meio de
referencias, isso para mim que sou mais ou menos adulto, para as crianças o
humor fica por conta das situações absurdas como todas que envolvem os lobos,
por exemplo. Ao passo que Tulipa, a órfã desastrada e Junior (surpreendente que
todas as cegonhas com nome tenham um estereotipo empresarial, como chefe que se
chama Rocha, se tivesse alguém chamado Almeida ia ser perfeito) formam um casal
improvável na tentativa de entregar o bebê gerado por acidente. Isso inclui uma
fala que poderia até virar textão do facebook, quando a cegonha diz: “Você fez,
você cuida. ” E na real, foi literalmente ela quem fez o bebe, com uma máquina
e tudo mais.
A família que espera a criança também tem muita relação com
nossa realidade, os pais trabalham em casa e tem pouco tempo para seu único filho,
que para fugir dos típicos clichês, sabe usar colocações que pegam os pais de
calças curtas de maneira que me soou quase como um Calvin e Haroldo tamanha a perspicácia
do Nando...
Na parte estética, o visual é impressionante, as cenas em
plano aberto dos voos das cegonhas, até o movimento de cada personagem quando a
câmera dá um enfoque neles, tudo é muito bem feito, não devendo nada nem para o
estúdio do Rato, nem para o do Pescador, tão pouco para o do Esquilo com dentes
de Sabre.
Como o final é típico de toda animação, bem sentimental, o
que mais vai diferenciar essa das demais é sua conexão com elementos modernos,
seu senso de humor refinado e seus personagens caricatos do nosso cotidiano. Uma
pena que a falta de tradição talvez não faça esse filme ter o reconhecimento
que merece, mas quem sabe pode ser o abre alas para mais animações do grupo dos
irmãos.
- Selo Coppola: Com um senso de humor refinado e temas modernos, Cegonhas consegue ser uma surpresa muito agradável. 4/5