sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Explicando 2001: Uma Odisseia no Espaço

Salve, salve galera! Eis LP chegando aqui com uma coluna que fazia muito tempo eu não escrevia, mas como esse é o último post do ano vamos fechar com chave de ouro.
Como vocês já devem ter notado pelo nome, essa é a coluna Explicando, onde eu basicamente explico um filme que eu citei lá no Pega a Pipoca do blog da Pâm. Essa foi a primeira coluna do blog e a minha primeira postagem como comentarista de filme no meu espaço próprio. Vou deixar os links para que vocês possam ver as postagens e as explicações que deram origem a coluna: Aqui e aqui.
No post de hoje eu vou tentar explicar para vocês, da melhor forma possível o filme 2001: Uma Odisseia no Espaço.
Sim gente, esse filme é difícil demais, ele é parado e demora pra desenrolar. E o que ele tem demais? Vocês devem estar se perguntando.
Pois bem, na real esse filme é uma experiência para os sentidos, existem infinitas interpretações que podem ser feitas dessa obra, cada uma diferente da outra e todas elas corretas, todas perfeitamente válidas.
O começo do filme já é enigmático, uma vez que ele passa vários minutos apenas na tela preta, só com a música de fundo e, precisamente aos 3 minutos, é que entra o logotipo do estúdio (imaginem essa cena no cinema em 1968)
Então, eis que vem uma das músicas mais famosas do cinema enquanto acontece um alinhamento entre a lua, o sol e a Terra. Vale ressaltar a importância que esse evento possui no filme sendo um símbolo para toda a película. Outro fato bem peculiar quanto ao começo do filme, Kubrick gasta um tempo generoso nos apresentando a Terra da aurora do homem, um deserto com poucos vegetais, um monte de antas e nossos antepassados.
Alerta de Spoiler, se não assistiu ao filme pare IMEDIATAMENTE
Na cena em que o homem toca no monolito o que vemos nitidamente é a sua evolução, o primeiro passo na jornada que irá tornar ele o que é hoje. E o que o diretor quer nos demonstrar e consegue sem esforço algum? O homem aprendeu o que é uma ferramenta, fez dela uma arma (estamos sempre fadados a isso), acabou com a fome do seu povo e atacou aqueles que considera inimigos. Mas há um detalhe que precisa ser lembrado, pouco antes da dita “evolução do homem” eis que surge novamente o monolito negro. Do nada, a cena simplesmente corta para ele e o alinhamento dos planetas logo a cima, é Kubrick utilizando um recurso bem óbvio para salientar a importância do mesmo.
Isso tudo regado a uma trilha sonora de cantos quase surtada, que com o crescendo chega a deixar você tenso e assustado com os acontecimentos.
O segundo ato do filme compõe a viagem a lua, lá nós descobrimos que o gigante monolito negro foi enterrado deliberadamente. Por quem? Nunca iremos saber.
Gente, a partir daqui, o terceiro ato eu me proponho a explodir as frágeis mentes de vocês. HAL, um supercomputador que estava ajudando os humano em uma missão de ida até Júpiter desenvolve e demonstra mais emoções do que os humanos, de forma que a primeira vez que assisti a 2001 eu tive certeza que ele era um fiasco no quesito atuação, hoje eu já
penso que existe uma boa probabilidade de tudo ser deliberado… Veja, no começo com os macacos nós somos capazes de perceber as emoções mais básicas dos humanos, sendo as principais: espanto, curiosidade e medo. Quando chegamos no segundo e terceiro ato o que temos são diálogos frígidos e por vezes desnecessários. Chega a ser quase uma sentença sobre o destino que dos humanos. E a cena que melhor comprova isso, cena que só consegui pegar bem depois, é a do aniversário do astronauta Frank Poole, o que normalmente é uma data a se comemorar, a se ter alegria é tratada com um certo desinteresse e frieza, em suma Kubrick está dizendo que neste momento o homem tornou-se apático.
Bom, em determinado momento o computador HAL acusa uma falha em um dos equipamentos, depois de uma análise, o controle da Terra sugere que HAL está com um defeito, os astronautas cogitam desativá-lo, porém HAL, sob a justificativa de proteger a missão (na verdade para se proteger) mata quase todos os tripulantes.
Confesso que o que vou tentar explicar pra vocês, é de certa forma estranho até para mim, mas vamos lá.
Quando HAL começa a agir de maneira estranha? Na internet existem várias explicações diferentes, uma delas sugere a partida de xadrez entre o computador e o astronauta, que foi inspirada em uma partida real. O computador faz a jogada certa, mas anuncia de maneira errada (Rainha para bispo 3 quando o correto seria Rainha para bispo 6) e a questão que paira no ar é, porque isso aconteceu, o diretor errou ou computador estava testando. Se assumirmos que o diretor é um gênio e que o movimento foi proposital, por que diabos o computador faria isso? Essa tese fará sentido se assumirmos que o computador pensa que os humanos são falhos, coisa que ele chega a dizer mesmo. Inclusive ele questiona Dave sobre o que ele acha da missão (provavelmente procurando dúvidas ou receio) coisa que Dave como bom humano ligeiro sabe desconversar. Porém a questão maior é: O computador estava suspeitando que os humanos não estavam a altura da importante missão? Se sim,
foi ingênuo de sua parte comunicar a falha do equipamento, uma vez que foi isso que fez os humanos decretarem que ele operava em falha. Talvez HAL tenha feito cagada em dizer que o equipamento estava a ponto de quebrar e não quis admitir isso por medo das consequência e do eventual desligamento, sendo assim ele joga a culpa nos humanos. Temos logo em seguida toda o episódio do ataque da inteligência artificial aos humanos e o ápice dela é quando Dave, depois de pegar seu colega morto retorna a nave e pede para HAL para entrar e este se nega, é interessante nesse momento ver a frieza com a qual Dave trata o computador e logo depois notar como essa frieza é abandonada por um súbito de raiva quando este nega os apelos de HAL e nem se dignifica a respondê-lo, mas ainda mais peculiar é notar como a IA fica assustada diante da possibilidade de morrer, fazendo apelos ao humano e usando por várias vezes a frase “Tenho medo. ”
Por fim, enquanto Dave desativa o computador HAL é jogado ao período de seu nascimento, informando onde foi ligado e a música que aprendeu “Daisy Bell. ” Medo é basicamente permeia todo o terceiro ato. Lembrando sempre que medo é uma das principais é mais básica das emoções humanas.
No quarto ato, júpiter e além o filme vira a doideira pela qual ele é famoso e aqui cabe uma caralhada de explicações, uma vez que Dave sai de sua cápsula e embarca na louca jornada.
Retirei uma de 30 sites diferentes que ousam explicar 2001:
“As imagens surreais que inundam a tela fazem referência (num nível subconsciente) a criação da vida no útero – tá, eu sei que foram longe. Se formos analisar Freud (leiam Freud de novo e descubram que não era bem isso que ele defendia), a nave Discovery um grande falo, leia-se jeba (que na verdade parece mais um espermatozóide) ejeta pela "cabeça" a cápsula de uma forma diferente das demais, como se tivesse cuspindo-a. Entra-se então por uma fenda vertical.”
O feto

Estou certo que essa aqui não precisa de explicações
Depois das imagens doidas que lembram sexo, nós vemos sete objetos octaédricos (para platão
representa o ar… jura?) e podem ou não serem naves que estão escoltando o bravo astronauta. Depois a viajem segue pelo Grand Canyon com uma paleta de cores diferente (mais brisa) e termina em uma sala decorada a moda renascentista.
A sequência aqui continua bizarrissima, Dave subitamente começa a se ver mais velho, numa sequência de acontecimentos que, acredito que essa passagem representa figurativamente a redenção de Dave e sua libertação das máquinas. Quando Dave quebra a taça de vinho é que ele atinge um nível de consciência mais elevado. Na tradição judaica quebra-se um cálice ao fim da cerimônia de casamento. Há vários significados, mas um deles é que isso simboliza uma nova vida, um mudança de forma para todo o sempre, ou seja, de dois indivíduos passam a ser um casal. É possível traçar um paralelo da cena de Dave olhando para a taça com o macaco olhando para os ossos.
Ao passo que no leito de morte ele encontra novamente o monolito negro e seu gesto copia muito a “Criação de Adão” que ilustra o teto da capela sistina.
No final Dave transforma-se então num feto. A câmera se aproxima do monolito, como se fôssemos transportados do local para a escuridão do espaço, de onde o feto - chamado no livro de "Starchild" ("criança estrelar") - contempla o planeta Terra do alto, para depois mirar bem dentro de nossos olhos com um olhar perturbador que mescla sabedoria/velhice e inocência/infância.
É isso galera, consegui concluir, difícil, mas terminei. Iria até pedir desculpas pelo tamanho, mas creio que você vem pra cá já esperando posts longos e bem explanados, então...
Humanidade 7.0
Eu preciso deixar aqui um agradecimento especial, não só a Pâm que me iniciou nesse mundo de postagem.
A Juju Bittar do As Besteiras que me Contam, que por alguma razão que não sei explicar, eu tive uma consideração e respeito imediato, no momento que fiz meu primeiro post e recebi seu primeiro comentário.
A Tami do Meu Epilogo, que hoje faz parte da LJB, mesmo sendo talvez um dos membros que mais boie no nosso grupo, mas está lá com a gente firme e forte e estava aqui no QS comentando no post da Lucy, que só existe por conta dela.
Carol do Caverna Literária e Priih do Infinitas Vidas, caralho mano, como assim eu esqueci de vocês duas?! Puta que o pariu. Tipo, de longe, vocês duas vem desde o começo e eu simplesmente esqueci de colocar vocês no maior projeto que eu já fiz virtualmente falando, eu sou um demente! Mas não seja por isso, eu vou dar um jeito e em 2017 eu bolo alguma coisa.
É isso aí galera, ano acabando, várias promessas a se fazer, talvez venha com novidades ou talvez tudo fique a mesma merda, não sei... Só sei que só nos vemos agora em 2017!!!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Esquenta para o óscar: Psicose

Salve, salve galera! Manda LP mais uma vez trazendo até você mais um filme para a nossa coluna Esquenta do oscar.
Hoje meus amiguinhos, eu trago para vocês um filme de suspense/horror (quem diria?) de um dos maiores diretores que já pisaram nessa terra, com vocês Psycho ou em português, Psicose.
“Marion Crane é uma secretária (Janet Leigh) que rouba 40 mil dólares da imobiliária onde trabalha para se casar e começar uma nova vida. Durante a fuga à carro, ela enfrenta uma forte tempestade, erra o caminho e chega em um velho hotel. O estabelecimento é administrado por um sujeito atencioso chamado Norman Bates (Anthony Perkins), que nutre um forte respeito e temor por sua mãe. Marion decide passar a noite no local, sem saber o perigo que a cerca.”
Não sei porque eu vou me dar ao trabalho de justificar a aparição desse filme nessa lista. Eu creio que vocês deveriam saber que Hitchcock ao lado de Stanley Kubrick são os maiores diretores que o cinema mundial já teve. Sendo tanto um quanto o outro, reconhecidos como contribuintes para o que se entende por iconografia da sétima arte.
Por que esse filme merece estar aqui? Pra começar ele é aclamado pela crítica, depois que ele foi selecionado para ser preservado para a posteridade devido a ser culturalmente, esteticamente e historicamente significante. Tá bom ou quer mais?
Talvez uma das principais razões para esse filme estar aqui seja pelo fato de ele ter estabelecido um novo padrão no que é considerado aceito no cinema americano hoje em dia, tanto no que tange níveis de violência, quanto sexualidade, por exemplo. Apenas a cena do chuveiro levou três dias para ser filmada, tendo nela mais de 50 cortes. Isso sem contar a música composta por Bernard Hermann que deve ser uma das mais famosas até hoje.
O que temos nessa obra é um número muito reduzido de diálogos, fazendo o filme ficar muito mais voltado a sua estética, que diga-se de passagem é em preto e branco, motivado muito pela
necessidade de deixar o filme com um baixo orçamento e o menos violento possível. Enquanto muito da construção do clima tenso do filme fica por parte da trilha sonora sensacional que o mesmo possui. Acredito eu que um dos maiores pontos de destaque nessa obra reside no fato de que ela consegue
casar de maneira perfeita, uma trilha sonora, um roteiro e a arquitetura dos locais, dos cenários. Uma vez que a casa, o banheiro, mesmo os ambientes externos, cada espaço consegue combinar de forma precisa as sensações que o filme de suspense deseja transmitir.
É interessante notar também como ele consegue se dividir em duas formas diferentes, sendo que na primeira metade a estrela é a secretaria que decide, “sem mais nem menos” furtar quarenta mil dólares, pegando o carro logo em seguida e fugindo para Phoenix para evitar ser descoberta. Toda a construção em torno de Marion se faz de forma que possamos nos identificar facilmente com ela, desde o momento em que ela tem que passar a noite na estrada dentro do carro, aos lances de câmera que nos aproximam de maneira da saga da protagonista enquanto ela vê o mundo ao seu redor se fechar. É então que ela se vê obrigada a fazer uma parada em um motel e lá conhece o rapaz. Há nesse momento além de uma súbita sensação de arrependimento pelo crime, várias metáforas sobre a necessidade de limpeza por ter cometido o ato.
Agora, meninos e meninas, o plot twist que a obra possui é simplesmente matador, imaginem vocês lá nos anos 60, vendo a cena do banheiro, o grito da mulher, a trilha sonora, o grito desesperador… Tudo aquilo deve ter deixado a galera meio sem reação enquanto assistiam ao filme no cinema.
Porém é da morte de Marion em diante começa o “segundo” filme, que diz respeito a investigação do assassinato por parte da irmã de Marion, Lila e seu namorado Sam. E nesse momento quem toma a rédeas do filme como protagonista, passa a ser o tímido Norman e sua mãe psicótica.
Vale ressaltar, que diferentemente do que eu estava fazendo nesse filme, não há ninguém em especial para comentar no que tange atores, não pelo fato do filme ser velho e muito provavelmente eles estarem mortos, mas sim pelo fato de que Hitchcock quis propositalmente que não houvesse atores famosos.
Mas ele possui alguns pontos interessantes que merecem ser citados, como fato de que o diretor proibiu que os críticos revelassem o final do filme em suas resenhas e mais interessante, no cartaz do filme, durante sua estreia estava escrito pelo próprio Alfred Hitchcock: “ Por favor não conte o final para ninguém, eu não tenho outro.”

E em virtude ao pedido do diretor eu não entrarei em mais detalhes a respeito dessa película, recomendo que vocês assistam e se surpreendam com o final.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Veredito: Animais Fantásticos e Onde Habitam


Salve, salve galera! Manda LP trazendo até você o veredito de Fantastic Beasts and Where to Find Them ou no português, Animais Fantásticos e Onde Habitam (no popular Harry Potter e os bixo)
Eu demorei pra trazer esse filme até você, muito pelo fato de que assim que saí do cinema, tive certeza absoluta que era o melhor filme deste ano, mas precisei ter certeza que esse julgamento não era feito de maneira provinciana, então assisti ele mais duas vezes e minha conclusão foi a mesma. Esse é o melhor filme do ano.
“O magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne) chega à cidade de Nova York trazendo consigo sua preciosa maleta, um objeto mágico onde ele carrega fantásticos animais do mundo da magia que coletou durante as suas viagens. Em meio a comunidade bruxa norte-americana, que teme muito mais a exposição aos trouxas do que seus colegas ingleses, Newt precisará usar todas suas habilidades e conhecimentos para capturar uma variedade de criaturas que acabam fugindo.”
Pois bem galera, bora falar desse, que na nada humilde opinião deste que vos escreve, é o melhor filme do ano. Verdade seja dita sobre esse filme: eu não sabia absolutamente NADA sobre ele. Primeiro eu confesso, por uma falta de interesse da minha parte, segundo que a Warner, diferentemente do que fez com a DC, soube segurar muito bem o seu universo baseado no mundo bruxo.
O filme marca a estreia da J.K. Rowling como roteirista e ela, temos de ser sinceros, é uma aberração da natureza, um daqueles gênios que surgem de tempos e tempos com uma capacidade ímpar de produzir muito bem alguma coisa, seja o que for, enquanto quem assume a direção é David Yates, responsável pelos quatro últimos filmes da franquia Harry Potter, logo juntou a criadora com o cara que já manjava bem como mexer com o mundo bruxo. O que poderia dar errado?
Nada! O filme tem uma das narrativas mais bem amarradas que eu já vi, diferentemente de 95% dos filmes desse ano que possuem cortes em seus arcos secundários que deixam o espectador confuso e por vezes frustrado, Animais acompanha cada protagonista antes de cortar para a próxima etapa da história, concluindo com extrema perfeição todos os arcos. Você começa seguindo Newt e percebendo como a história, outrora inocente vai tomando proporções mais graves. A maneira como a história foi conduzida é sem dúvidas um dos pontos positivos do filme. Logo em seguida posso citar o tom, que muitos acharam um tanto indeciso. Eu discordo, eu esperava um filme que remetesse a inocência infantil de Harry Potter, mas não foi isso que vi. Existe sim uma inocência, mas é aquela tipica de protagonista, nada restrito a idade do público e as piadas, bom, o humor britânico costuma ser bem ruim, mas reparei que nesse filme não há nada escrachado, o timing dos atores, principalmente do Dan Fogler que serve justamente de alívio cômico está na medida, sem precisar se humilhar demais por exemplo, para fazer o humor acontecer.
Na linha dos efeitos especiais, eu friso como é interessante o quanto eles conseguem fazer a experiência com as magias ser tão imersiva, como na cena dos elfos domésticos, sendo que ocorrem várias vezes aqueles cenas com objetos mágicos animados de uma forma que desperta o encanto e a imaginação de quem assiste. Vale ressaltar uma coisa muito boa por parte da direção, ainda no primeiro minuto do filme você já vê quem serão os personagens no qual a história vai girar, uma pegada genial por parte do diretor, que nem costuma ser tão bom assim.
Em suma, a parte tecnica, de efeitos, atuação e mesmo o disgn visual do filme está simplesmente perfeito. Talvez o maior problema seja uma falta de trilha sonora marcante, uma vez que o filme faz apenas uso de alguns acordes da trilha original.
Costumeiramente eu não faço isso, mas vou abrir uma exceção.Irei analisar separadamente cada personagem:
Eddie Redmayne: Eu não escondo de ninguém que odiava ele com todas as minhas forças por causa de O Destino de Júpiter, um filme que só de pensar eu já me estresso a ponto de perder o dia por causa da raiva. Porém, depois que ele ganhou o óscar eu me vi obrigado a dar uma outra chance ao ator e depois de ver outros filmes com ele passei a achá-lo apenas fraco, o ódio por aquele filme ainda queima, ainda bem que Animais veio para mudar minha opinião sobre ele. Newt aparece com um personagem de extremo carisma e jeito inocente que vai conquistar a todos. Talvez de todas as características, seu amor pelos animais na dança do acasalamento e em seu desespero quando levam sua mala, seja os pontos que fazem com que adoremos o personagem de Eddie.
Katherine Waterston: Par amoroso do protagonista. Adorei a forma como ela foi construída para a história, tendo suas particularidade retratadas de uma maneira que não houve disputa pelo tempo de tekal, nós sabemos o que há motivou a agir como ela agiu lá no final do longa, com uma história no mínimo comovente a respeito.
Dan Fogler: Personagem que serve como alívio cômico e ponto para o mundo bruxo, dando base para as explicações que se fizerem necessárias ao longo da história, além de retratar na tela o que o espectador sente quando vê a magia acontecendo. Mesmo não possuindo poderes e sendo o principal responsável por trazer os momentos de humor, em nenhum momento Kowalski fica humilhado no meio da trama, tendo mais uma vez um bom desenvolvimento, como todos os outros e sendo muito bem aproveitado.
Alison Sudol: A irmã de Tina, gosto da forma como a química entre ela e o trouxa funciona. A relação novamente é pura e inocente e meio que de superação, como de praxe, porém é bem explorada.
Colin Farrell: Deus sabe como eu queria que esse cara fosse o Grindewald, o bixo sabe fazer um vilão. Na verdade quando vi o trailer eu queria que ele fosse herói pela possibilidade de ele ser o primeiro herói fodão e ativo de uma série de filme, mas com o decorrer do filme eu quis que aquele final se invertesse, Farrell consegue como poucos interpretar um cara e odiável, eu adorei.
Ezra Miller: Pois é, quem diria hein. A despeito do que o Omelete falou, e eu cantei, o personagem dele não foi despirocado. Ezra deu um show de versatilidade, com seu personagem quase autista que conquista você desde o primeiro segundo que ele aparece, devido muito a suas expressões e trejeitos.
Johnny Depp: Diferentemente da maioria que passou a odiar o Depp por causa do que ele fez com a esposa, eu já não gostava dele bem antes disso. Pois bem, dito isso eu preciso dar o braço a torcer, embora a razão pela qual ele queria o obscurus não ter ficado exatamente clara, eu gostei da sua aparição no final. Notei que algumas pessoas disseram que ele estava exagerado, bom com apenas duas linhas de fala não dá pra julgar se ele vai ser o de sempre, quanto ao visual, eu especulo que aquele jeito meio esquisito, quase artificial seja uma consequência de se mexer com magias das trevas, assim como Voldemort também era anatomicamente bizarro…
Eu tenho fé na J.K. e acredito que ela consegue fazer uma sequência de mais quatro filmes desse universo.


  • Único filme do ano que merece nota máxima e se você ainda não assistiu seu derrota, vai logo pro cinema! Selo Fincher nele (5/5)





segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Top 5 Filmes para não assistir de jeito nenhum

Salve, salve galera! LP trazendo aqui meu primeiro TOP. Pra ser bem honesto eu não gosto muito de tops pelo simples motivo de que eu não gosto de parecer pretensioso a ponto de decidir o que vocês devem ou não assistir. Entretanto isso representa um paradoxo, uma vez que o que eu faço é expor minha opinião sobre filmes, o que naturalmente induz vocês a segui-la. (se seguem ou não é outros 500)
E para piorar esse top diz respeitos a filmes que vocês não devem ver de jeito nenhum, porque existem certas coisas que deveriam ser proibidas por Deus de serem exibidas ainda mais se forem sensíveis ou se tiverem um estômago fraco, então bora lá?

5 - Pink Flamingo. (1972)
Vamos começar com um filme razoavelmente leve. Pink Flamingo de John Waters conta a história da Drag Queen Divine. Pra começar o filme narra a trajetória da drag em um concurso de “pessoa mais sórdida do mundo.”
Por que figura nessa lista? Se fosse só a história de uma simples Drag Queen beleza, mas não, o filme possui cenas de sexo oral entre mãe e filho, nudez bem focada, cena de sexo entre um casal e uma galinha (como? me pergunto até hoje) e a cena final em que Divine como fezes de um cachorro e que segundo rumores, eram fezes de verdade.

4 - A Montanha Sagrada. (1973)
Filme de Alejandro Jodorowsky, já merece estar aqui só por ter sido elogiado por Roman Polanski, que pra quem não sabe está proibido de pisar nos EUA sob pena de prisão. Coisa de doido.
Por que figura nessa lista? Existem filmes do próprio diretor que eu considero mais pesados, digamos que esse é mais psicodélico mesmo, pra começar a primeira cena tem uma espécie de Guru despindo e raspando o cabelo de suas seguidoras. Nisso já corta para a figura sendo crucificada, sua cara repleta de moscas, passa por uma vila com homens chacinados e os moradores e fazendo sexo com prostitutas, passa por cenas de uma pessoa levando tiro e saindo um pássaro do peito, etc, etc. Eu vi muita gente interpretando esse filme de maneiras diferentes. Mas no fundo acho que o diretor é só doido mesmo.

3 - Eraserhead. (1977)
De David Lynch com um parco orçamento de US$10,000.00 e cinco anos de produção. A partir daqui meninos e meninas a bagaça começa a ficar séria. Tirem as crianças da sala, fechem a página se forem sensíveis, aqui a coisa fica pesada.
Eraserhead nos traz Henry, um funcionário de uma fábrica que recebe a notícia de que sua namorada teve um filho prematuro. Pois bem, eles vão morar juntos no apartamento do Henry, mas logo a namorada o abandona com o bebê. Descrição rápida da criança: foi feita com o feto de uma vaca!
Por que figura nessa lista? Dentro de um radiador existe uma mulher minúscula que canta uma música que se torna medonha, enquanto fetos caem do céu e ela pisa neles. Henry de saco cheio corta as ataduras e esfaqueia os órgãos do bebê com uma tesoura. Eles começam a emitir uma substância espumosa que cobre o corpo do bebê. Acho que só isso tá bom né?

2 - Holocausto Canibal. (1980)
Gente, o segundo e o primeiro lugar eu só assisti por ossos do ofício, porque são fodas. Holocausto Canibal de Ruggero Deodato conta a história de uma equipe que vai atrás de uma tribo perdida e desaparece, logo depois uma segunda equipe é enviada e encontra o rolo de filmes deles.
Por que figura nessa lista? De cara muitos dão a ele o título de filme mais controvertido e polêmico de todos os tempo. Pra começar, todos os animais mortos no filme, são mortos mesmo, o que já torna ele pesadíssimo. Gente, eu vi, mas nessa hora preferia ser cego. Então nós temos cenas de empalamento, castração, coisas bizarras demais. Esse filme é considerado o primeiro do gênero documentário falso e de tão bizarro o diretor foi acusado de ter matado mesmo os atores enquanto filmava. E tudo é mostrado de uma forma tão crua e simples que chega a agredir nosso bom senso.

1 - Begotten. (1991)
Eu costumo me considerar um homem tolerante e razoável, mas tem certas coisas que não dá. Tem certas coisas que são um atentado a moral humana. Begotten é dirigido por E. Elias Merhige e sério, essa coisa é tão perturbadora que não tenho palavras pra descrever. Primeiro que a película é em preto e branco. Não tem diálogos, mas está longe de ser mudo. As cenas são filmadas de um modo cru e sujo, a trilha sonora se compõem de grilos sobre um fundo que ora parece o coaxar de sapos ora se torna indistinto, mesclando algo quase metálico. E a forma com que ele foi filmado se assemelha a uma pintura de carvão sobre uma tela branca ficando apenas um borrão em não raras ocasiões, um verdadeiro teste à sanidade. Isso sem contar aquelas cenas que todos nós já sabemos, gente sendo mutilada, masturbação explícita num tom tão visceral que não há como não causar um certo nível de desconforto. Em suma, não recomendo essa obra de forma alguma.


Obs: Não vai ter imagens neste post. Vocês já tem o nome dos filmes, o ano de produção e quem dirigiu, então se quiserem ir atrás vão por sua conta e risco.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Esquenta para o óscar: Minority Report, A Nova Lei


Salve, salve galera! Olha o LP aqui mais uma vez, dando sequência a coluna de filmes indicados ao óscar e que sequer foram mencionados. No post de hoje eu trago até vocês Minority Report, A Nova Lei. Que na real só entra aqui nessa lista porque eu assisti recentemente, mas eu tenho certeza que com o tanto de piadas que já fizeram sobre ele todo mundo já deve ter ouvido falar também.
“Graças a uma divisão que prevê os assassinatos, esse crime está praticamente eliminado de suma futurista Washington do ano 2054. Os assim chamados precogs, e o culpado é punido antes do crime ter sido cometido. Quando os três precogs, que só trabalham juntos e flutuam conectados em um tanque de fluido nutriente, têm uma visão, o nome da vítima aparece escrito em uma pequena esfera e em outra esfera está o nome do culpado. A coisa toda muda de figura quando John Anderton (Tom Cruise) líder da divisão vê através dos precogs, que matará um desconhecido em menos de trinta e seis horas. A confiança que Anderton tinha no sistema rapidamente se perde e John segue uma pequena pista que pode ser a chave da sua inocência: um estranho caso que não foi solucionado. Mas apurar isto não é uma tarefa fácil, pois a divisão pré-crime já descobriu que John Anderton cometerá um assassinato e todos os policiais que trabalhavam com ele tentam agora capturá-lo.”
Mais um filme bem famoso na cultura pop.
Por que esse filme merece estar aqui? Dirigido por Steven Spielberg, com um roteiro escrito e baseado na obra de Philip K. Dick, basicamente pela pegada em termos de discussão filosófica que esse filme traz. Um crime pode ser considerado um crime, quando uma pessoa não chega a cometê-lo? Essa é inclusive uma prerrogativa abordada no filme que levanta uma questão interessante.
Não creio que a parte do protagonista, seja lá uma parte que mereça destaque nessa minha resenha, uma vez que Tom faz um policial padrão, linha dura, com um esqueleto no armário, mas que acredita cegamente no sistema. Acho que a coisa só parte para ficar mais interessante a partir do momento em que ele vê o próprio sistema se voltar contra ele. Depois que tudo isso acontece, Steven Spielberg mostra porque é um diretor tão bom,
conseguindo tirar uma das melhores atuações de Tom Cruise que eu já vi, além de seu ótimo controle nos efeitos e fechando ainda por cima ele contratou vários engenheiros para poder fundamentar as construções do filme.
Cruise: Vejo esse filme como uma das melhores atuações do ator. É bem legal, o policial viciado que se vê refém do próprio sistema pelo qual ele deu a vida, enquanto corre pra provar sua inocência, essa virada é o que torna a trama tão interessante.
Farrell: Jovem, o ator faz aqui o papel de antagonista. Eu acho engraçado, ver como esses atores eram jovens. Principalmente se você for assistir os últimos lançamentos deles e for ver esse filme. E como sucesso de crítica, esse filme ajudou a solidificar a carreira do jovem Collin que está de certa forma odiável e ao mesmo tempo compreensível em seu papel, você entende suas motivações e sabe que ele está cumprindo seu dever, embora tenha no fundo uma pontinha de prazer em estar perseguindo Anderton.
Talvez uma das principais razões pela qual esse filme deva figurar nessa lista seja toda a discussão que ele traz consigo, algo que nos põe a refletir sobre os limites do que podemos entender como ética. Vale a pausa pra reflexão com todo certeza.
Sem falar o sem fim de referencias que ele acabou por gerar, talvez na época, devido ao sucesso de Matrix ele não tenha recebido a devida atenção, porém esse é, sem sombra de duvidas um filme que merece seu reconhecimento pela contribuição que prestou ao cinema.
“Por que pegou a bola?
Porque ia cair.
Tem certeza?
Tenho.
Mas não caiu. Você pegou. O fato de você pegar, não muda o fato de que ia cair.”



quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Esquenta para o óscar: Se7ven, Sete Crimes Capitais

Salve, salve galera! Olha o LP aqui mais uma vez e fazendo mais de dois posts por mês, o que deve ser algum tipo de aviso do fim do mundo!!!!
O post de hoje gente foi uma ideia da minha amiga Tami, do blog Meu Epílogo. Um esquenta para o oscar com cinco filmes que mereciam ter ganho a estatueta, mas sequer foram mencionados. Uma tarefa meio trabalhosa, confesso, mas vamos lá. Farei um por mês até fevereiro, começando por dois esse mês porque eu já to atrasado.

Pô galera, o primeiro filme que eu vou começar falando, eu já até fiz Pega a Pipoca dele há muito tempo atrás, na real foi o segundo filme que eu fiz pega a pipoca, mas acho que na época eu não tinha 1/10 da credibilidade que devo ter hoje (quem vê pensa) por isso eu volto com ele aqui, mas sinceramente eu acho que vou parafrasear meu próprio trabalho, mudando alguns elementos. Bora lá.
O primeiro filme que eu acho que deveria ter ganhando o oscar é Seven, Sete Crimes Capitais.
“Vamos voltar no tempo, o ano é 1995, lá um assassino em série passa a escolher as suas vítimas em função dos crimes capitais: uma é gulosa, a outra preguiçosa, a outra é invejosa... Uma dupla de investigadores é escolhida para o caso: um policial veterano (Morgan Freeman) e outro novato (Brad Pitt). Enquanto buscam o responsável pelos crimes, descobrem que as suas vidas e as de seus familiares estão em jogo.”
Por que esse filme merece estar aqui? Pra começar ele é do David Fincher! Se isso não for o suficiente, bem ele tem o Morgan Freeman no maior estilo Deus, sábio e todo poderoso. Mas pera aí que tem mais. Esse filme também tem o Brad Pitt e como todos vocês já devem estar cansados de saber, eu adoro o Brad Pitt.
Mas se ainda há receio, vem comigo que eu vou te mostrar como essa obra é foda.
A carreira do diretor foi catapultada com esse trabalho e esse filme ao lado de O Clube da Luta, ainda são um ícones da cultura popular. Eu mesmo tenho certeza que pelo menos ouvir falar deles, você já ouviu. Agora vocês imaginem aquele filme soturno, sombrio, com um final que explode o cérebro de vocês e que ainda conta com um elenco fodástico e com o Brad Pitt mais carismático do que nunca.
“O diretor tem uma capacidade de nos envolver em sua atmosfera, mas há mais aqui, os três primeiros minutos do filme já começa te deixando exatamente no ambiente onde o diretor planeja te colocar. E por fim o filme acaba por atirar em nós que o mundo é um lugar horrível e mesmo havendo um sinal de esperança ele continua te dizendo que é horrível. E isso ocorre de maneira tão estranha que mesmo as partes engraçadas ainda te deixam tenso de certa forma.
Fincher acaba por construir os papéis de Freeman e Pitt de maneira ímpar, sem pressa para que se desenvolvam da melhor maneira possível durante o filme.” - LP
O Morgan nesse papel está, como em todos os seus papéis, fodão. Somerset é seu personagem, um velho policial que se sente deslocado em relação ao mundo, inteligente demais, experiente, em resumo foda.
Brad que na época tinha 32 anos, mas você não dá isso nem a pau. Faz o papel de Mills, um policial iniciante, impetuoso, cabeça quente, mas dedicado e profissional, meio clichê talvez para os nossos padrões, mas que na época.
Mas ele merece mesmo figurar nessa lista graças ao diretor, ele constrói a história de uma forma que você passa todo o filme com o coração na mão sem saber bem o que tá rolando, tendo que seguir os policiais em toda a jornada e o pior, você se sente tão cego quanto eles. E quando o terceiro ato começa aí sim bate o desespero por não se ter ideia do que vai rolar.
Altamente recomendo vocês darem uma assistida nesse filme. Não vou desmistificar muito dele para vocês, porque aqueles que não assistiram eu quero manter a surpresa. Talvez minhas indicações nãos sejam tão boas, mas se não acreditam em mim, veja a avaliação dele no filmow ou imdb, quem sabe até no Rotten e aí vocês vão entender que quando o LP quer explodir a cabeça de vocês, ele consegue.
"Você não é o messias. É um filme que ninguém vê, um slogan de camiseta no máximo." - Pitt.
"Se pegarmos John Doe e acontecer dele ser o diabo. Quero dizer, se ele fosse o próprio Satanás seria conveniente para nós. Mas ele não é o diabo. Ele é só um homem." - Freeman

LJB: Liga da Justiça

Isso é o que nós sabemos. O mundo tornou-se mais sombrio. E, enquanto temos motivos para temer, temos a força para não fazê-lo. Há heróis...